
Cinco doses de cachaça, bem me lembro, começava assim. Numa tarde de Segunda (cálida tarde), cinco amigos reunidos em prol de qualquer coisa que os remetesse a alguma outra que lhes trouxesse felicidade. Felicidade, palavra concomitantemente doce e ácida, passamos dias e dias esperando por qualquer traço que nos leve a ela. Na verdade seguimos sempre uma tendência nociva de não enxergar – ou reconhecer, o que e quem temos. Todos nós sabemos a vida nossa não é sempre repleta de dias ensolarados, existem ainda aqueles cobertos de cinza, marcado por dores e sons estridentes. O que nos difere uns dos outros é exatamente a maneira como encaramos nossos momentos, a solidão realmente dói mais em alguns e existem ainda aqueles que não sabem lidar com o amor, pior ainda, com o desamor. Ontem eu entrava no túnel do tempo – do meu tempo. Um punhado de sensações me invadiu e ainda agora estão instaladas e assombrando minhas idéias. Não que sejam essas – sensações-, tão negativas assim, algumas são dolorosas, outras nem tanto, mas o fato é que não consigo conviver com a saudade. Olhando para a mesa, conseguia sentir o cheiro da comida dela e me lembro com tanto frescor – como sinto o cheiro do sabonete em minha pele depois do banho-, de quando ainda pequena, sem muito entender, eu segurei suas mãos e tentei abafar suas lágrimas. Ah, fortes lembranças!
Nem de longe aquele espaço traz o cheiro de outrora, mas as lembranças estão ali, vivas, tão vivas quanto eu, ou você que lê essas linhas agora. As histórias passadas batendo em minha cabeça como quando bate o som do despertador numa manhã de ressaca.
Na volta, certamente eu não era mais o que fui antes de estar lá, com dois quadros em punho e o peito apertado por vivenciar um pouco da solidão daquele outro, e uma vontade gritante de fazer algo por ele. Mas o quê? Talvez um fardo pesado demais, mas ela acha que pode suportar o peso do mundo.
O abraço da mãe não veio, mas a comida estava lá quentinha, um bom livro e a cama pronta, o que mais poderia querer? Talvez as cinco doses de cachaças que ficaram retidas no final de semana anterior, afinal bons amigos são raros, os sonoros e loucos ainda mais. As melhores amizades certamente não se fazem numa leiteria.
Nem de longe aquele espaço traz o cheiro de outrora, mas as lembranças estão ali, vivas, tão vivas quanto eu, ou você que lê essas linhas agora. As histórias passadas batendo em minha cabeça como quando bate o som do despertador numa manhã de ressaca.
Na volta, certamente eu não era mais o que fui antes de estar lá, com dois quadros em punho e o peito apertado por vivenciar um pouco da solidão daquele outro, e uma vontade gritante de fazer algo por ele. Mas o quê? Talvez um fardo pesado demais, mas ela acha que pode suportar o peso do mundo.
O abraço da mãe não veio, mas a comida estava lá quentinha, um bom livro e a cama pronta, o que mais poderia querer? Talvez as cinco doses de cachaças que ficaram retidas no final de semana anterior, afinal bons amigos são raros, os sonoros e loucos ainda mais. As melhores amizades certamente não se fazem numa leiteria.
2 comentários:
Eu gosto da forma como escreve. A gente se transporta pra dentro da "coisa".
Cachaça é bom, saudade não.
Muito bom mesmo seu texto!
Bjo
muito massa esse texto,fiz até parte
cinco doses de cachaça é o suficiente...para se esquecer de mim mesmo!!!
foi massa esse dia...
bjO.
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