*E o que eu vou ver? Sei lá...


Incrível, mas, o silêncio das horas, o vasto espaço do apartamento vazio e a solidão dizem mais sobre você e as coisas, do que você supunha.
Ontem os instantes eram tão intensos e lhe abraçavam como sentimentos de um tempo passado. Você evitou, correu tanto disto quanto aquela menina que corre apressada para não perder a condução. Sozinha na avenida, ela abre seu guarda-chuva cor cereja e cabisbaixa procura despistar os olhares interrogativos dos aborígenes da cidade. Aquela que dizem ser da alegria, mas que na verdade mais profunda traz a tristeza dos edifícios cinzentos, da velocidade e vagarosidade do tráfego, do olhar que ninguém mais vê.
Voltando ao começo, questiona-se a respeito do que fez e do que se permitiu vivenciar. Estaria ela, agora, neste momento ruminando erroneamente sobre as coisas passadas? Resta a dúvida, estaria no seu exato afinamento com suas noções de tempo e espaço? Uma longa pausa para respiração profunda lhe diz mais do que as palavras que tenta exteriorizar. Definitivamente não há erro quando se é feliz, ou quando se está. Incrivelmente, as pessoas possuem dentro delas uma terrível, amarga e angustiante sensação de que quando as coisas acabam elas não deram certo, em verdade, elas funcionaram bem, no momento em que deveriam funcionar. O agora é hoje, o ontem já foi, e no amanhã o que eu verei não sei, mas resta a convicção que não estarei de lá com olhos fadigados e impressões amarguradas, ela estará de pé como um estandarte da beleza que nunca é finda, verdade que nunca é nula e amor inesgotável.
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