Onde esperança dorme


De todo descaminho o caminho é o mais difícil.
É de pedra e barro, é frio e sujo... Não é indolor
Há dor, e como haveria de ser, há corte, há sangue – simbólico.
Quisera o simbólico não ter influência no sentido de todas as coisas.
Apartam-se como estranhos distantes e frios – tal qual as pedras do caminho – em descaminho.
Em desalinho, em (des)palavras, menos expostos, menos despidos, sem nudes – em partida.
Partida, incompreensível, eloquente, estridente.
A lágrima escorre pela face, gélida.
Não há calor em Dionísio, só frio.
Sofriam em dor.

Onde dorme a esperança, Dionísio?

O que não sei.



Do amor eu sei
da agonia da ausência
da angústia da dúvida
da espera.

Do amor certeza que tenho
do amor o que não sei.

Do amor eu sei
a saudade que fica no espaço desabitado
das palavras soltas lançadas vagando pelo vazio
do tempo que passa e o corpo que se cansa em espera

Do amor eu sei
o que não posso tocar
o que que vejo ao longe

se esvaindo por entre os dedos. 

Desnudos.



E de repente uma coragem me invadiu.
Já não tenho medo do vazio, ou mesmo do escuro.
E de repente das lágrimas fez-se o riso musicado, o cheiro que marca o toque que fica.
E o desejo que chega e pede morada no abraço, o mais demorado possível.
O toque sutil na pele macia, a fuga na noite fria, a queda, o calor... O medo - aquele que não existe mais.
Eles sonham que se despem, como dois peixes livres no mar ou no rio - sorrio.

Mais expostos que qualquer ‘nude’, é amor o que vejo. 

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