Des-invernando


    Todas as cartas de amor são
    Ridículas.
    Não seriam cartas de amor se não fossem
    Ridículas.

    Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
    Como as outras,
    Ridículas.

    As cartas de amor, se há amor,
    Têm de ser
    Ridículs.

    Mas, afinal,
    Só as criaturas que nunca escreveram
    Cartas de amor
    É que são
    Ridículas.

    Quem me dera no tempo em que escrevia
    Sem dar por isso
    Cartas de amor
    Ridículas.

    A verdade é que hoje
    As minhas memórias
    Dessas cartas de amor
    É que são
    Ridículas.

    (Todas as palavras esdrúxulas,
    Como os sentimentos esdrúxulos,
    São naturalmente
    Ridículas.)

O grito


E ela que por tempos escondeu seus escritos, camuflou seus sentimentos. Tenta falar mas não consegue. Dificil lidar com aquilo que não se entende, denso pegar folhas e folhas do passado e perceber que nada significam. Duro perceber que a realidade é uma só. Cercada de tudo que simboliza o vazio. Era ela ou os outros? O que faltava... ou falta, sei lá - ou sabe. Um catatau de palavras desconexas que conectam a lugar algum, ou palavra alguma. A realidade está distorcida. Não se vê, não se ouve, não se sente ninguém. Dias dias dias.
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