Outro dia caminhava pelas estradas de barro que há muito não
via. Tropecei no meio com uma pedra. Estava lá no meu caminho. Não quis ver a
pedra, mas vi. Evitei o quanto pude o relacionamento com a pedra, mas como
dessas coisas que acontecem sem avisar, sem hora, sem marcar, sem nada a pedra fez
morada.
Expulso a pedra todos os dias, repulsivo sentimento por ela
que tenho, é posse. Pedra danada que fica de lá e de cá e não sai.
Mentira! Não rejeito a pedra, em verdade alimento a paixão
por ela. Hoje o corpo pesa, o peso da pedra bate, é o revés da calma.
Pedra, pedrinha minha – mentira!
Não é minha, nem de alguém. Talvez nem dela mesma.