Ainda em desamor, tempo de amor
será.
É a frase que toca o momento mais
presente. Há exatos 12 meses acreditava que o desamor iria para nunca mais,
engano. As pessoas ficam vulneráveis quando solitárias, acreditam em tudo que
tocam, sentem com mais intensidade do que deveriam e falham, afinal é humano.
Outro dia conversava com alguém
que dizia não acreditar no amor, que era uma fantasia cinematográfica, incapaz
de ser real, pois a rotina esmaga o amor. Uma máxima muito forte para se ouvir
antes dos trinta e com ânsia de desbravar o mundo.
Acredito no amor que se manifesta
das ínfimas formas. Em cada partícula de amizade, em cada beijo ou abraço, ou
num simples sorriso da criança.
O amor é leve e nos faz querer
ser mais e melhores do que somos, é despretensioso. Também pode ser faminto, suplicante,
urgente, mas nunca egoísta. Não pode exigir não se doa mais do que recebe. O
amor não grita, recebe e pronto. Há de ser legítimo o seu tempo e facilmente
reconhecido. Não acredito no amor que implora, humilha, destrata, maltrata... No
amor que não ama, apenas demanda.
Já que fui ouriço, borboleta e
flor. Acredito em tempo de amor. Embora num mundo onde as pessoas não se olham
mais, não se respeitam ou cuidam. Tudo é frágil, as amizades, os amores
descartáveis, a vida descartável. Quem sabe um dia.
Os mais próximos sabem. A vida às
vezes é fardo difícil de carregar. Mesmo assim, tempo de amor será.
Acredito no som dos pássaros, no
barulho da chuva e no riso mais sincero do bebê que ainda desconhece o mundo. “De dentro, se vê o longe.”
Ontem eu chorei não de tristeza,
de amor. Agradecia por ainda reconhecer em meu caminho olhares sinceros – mesmo
em desamor.
E se é verdade que “A mente
criativa não se contenta com a mesmice (...) os criativos têm o poder de mudar
o mundo da forma mais brusca e verdadeira” – Ainda em desamor, tempo de amor será.