O amor dói, mas existe.
Eu vivi cinco anos, incontáveis dias e, sei lá eu quantas horas de chuva constante.
O mais curioso de chegar a essa elaboração – no meu ‘pós’ muitos anos de análise, é de reconhecer luz (em mim) onde eu outrora achava que havia só sombra, tristeza. Eu era o sol.
Era feliz, mesmo sem saber que era. Ainda sou.
O tudo que vivi naquela história truncada me trouxe até aqui, a essa pessoa quebrada que vive na dualidade entre sorrir e chorar (em silêncio). Eu me lembro a última vez em que chorei: era noite, fazia calor e eu tinha vinho. Tinha a minha amiga a me consolar e todo o meu corpo trazia a culpa de ser tão estúpida, negligente comigo mesma.
Nunca mais chorei desde então, também nunca mais sorri. Com a boca e dentes, certamente.
Nunca mais com os olhos.
Hoje, ensaiando me envolver em meus livros com a finalidade de me reconectar com a sensibilidade que me foi tirada. Eu fecho olhos, respiro fundo, respeito meu tempo e encaro de frente meus dias de solidão.
Afinal, o amor dói e existe. Mas precisa valer à pena.
E fim.