Eram dois,
E naquele momento os sons se abafaram
Os risos se distanciaram, a rua foi para longe, o
asfalto se afastou dos pés.
Enquanto se tocavam os dois poderiam sentir um e o outro num
só
Estavam sós, a sós. Os rostos alheios tornaram-se
desimportantes, o nada.
Ali, onde as ruas e o barulho se foram, justo ali tudo havia
e nada havia
Eram dois a rodopiar, flutuantes no espaço que se tornava só
deles.
Eram dois a rodar em contramão, entre beijos e abraços
partidos
Em despedidas entrecortantes, angustiantes, músculos
reprimidos, palavras contidas
Eram apenas dois.
1 comentários:
Que lindo. Muito delicado. Parece uma valsa recitada.
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