Lindonéia...



Às vezes é mesmo difícil fazer feliz. Você tenta, busca, mas infelizmente algumas pessoas não valem o esforço. Foram os primeiros pensamentos que acometeram sua mente ao abrir os olhos. Lindonéia era assim que se chamava. Herança de uma época vivida por sua mãe. “Uma vingança”, por vezes pensou. Mas como tudo que sempre fizera, preferia acreditar no lado bom das coisas, “Talvez ela realmente me achasse bela!”



Do amor, ela não tinha dúvida. Nascera inundada por ele. E foi este sentimento que sempre permeou seus dias. O que se questionava era por qual razão, depois anos de sua vida, se percebia sendo questionada sobre sinceridade, amor, lealdade, por criaturas a quem só dedicava verdade. “Será uma trama?”



Trama, Lindonéia acreditava fazer parte de uma desde seu nascimento, talvez uma maquinação do destino. Seus pais separaram-se pouco depois do seu nascimento. Sua mãe, sempre trabalhou muito e seu pai fora ausente em sua vida. Não se podia dizer uma criança problemática, definitivamente não foi. Tivera alguns problemas com a sua aparência, e com a rejeição de pessoas em função desta. Contudo, sempre fora otimista. Acreditava que se sua mãe havia errado em seu nome (talvez por distração ou excesso de afeto), não o fizera por mal, mas irrevogavelmente, Lindonéia não lhe era um nome pertinente, imaginava.



Encontrou alguns amigos ao longo da vida. Uns foram, outros ficaram, tantos ainda por vir. Deparou-se certo momento com pessoas que desencadearam aqueles pensamentos de hoje, ao abrir os olhos. “Afinal, se estamos no mesmo lugar, compartilhando o ar, e vamos para o mesmo ponto quando deixamos a vida. Por qual razão somos tão desiguais? O que motiva tentar provar incessantemente o quão se é melhor do que os outros? Como? Coabitamos o mesmo espaço, somos aparentemente parecidos, esquecendo é claro da textura dos cabelos, formato do nariz e peso, somos iguais. Não somos?” A resposta era positiva.



Preferiu então abandonar os pensamentos conflitantes e, voltar dar as mãos ao otimismo. Pensou consigo mesma: “As coisas todas possuem uma razão. Não é mesmo? Meus questionamentos são pessoais e poucos se preocupam. Minha mãe me batizou Lindonéia, mesmo não sendo eu linda, pelo menos não perante muitos olhos. Mesmo assim, teria ela hoje muito orgulho de mim. Sim, sou boa. Verdadeira, justa, amável. Tenho princípios, isto, tempo algum levará de mim. Sim, me chamo Lindonéia. Muito prazer, eu existo!”

3 comentários:

Tangerine disse...

Tão bom poder confirmar tudo aquilo que e usempre pensei de você. Tão bom respirar fundo e me deparar com alguem que vale a pena. E depois disso, a única coisa que me vem à mente é a idéia de seguir sim, segurando a mão de Lindonéia para todo o sempre ;D

RODRIGO disse...

Lindonéia me fez lembrar a Macabéa de Clarice Lispector. Bravo, Brisa! Pensar sobre as superficialidades é essencial e ter pessoas como vc por perto só ilumina nossos dias! Vida longa para ti!

Deniac disse...

Hummm.... Bom bom!

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